22 de março de 2020

Resenha: Heróis da Fé, Orlando Boyer

Orlando Boyer baseou seu livro em 20 grandes homens de fé para trazer o inspirador relato de suas vidas. E realmente são vidas profundamente inspiradoras! Iniciando com Jeronimo Savonarola e seguindo com Martinho Lutero, o livro apresenta os mensageiros selecionados em ordem cronológica, cujas histórias de vida registradas neste relato foram extraídas, principalmente, de suas principais respectivas biografias. Neste aspecto, também servirá como índice para pesquisar cada biografia original de onde se derivou o material do livro. Acredite, você sentirá o desejo de fazê-lo.

Os homens escolhidos para esta obra foram, sem dúvida, inspirações de comunhão com Deus e para a obra de evangelismo moderno. Destaco aqui a preocupação de Boyer em trazer não apenas o relato de suas vidas, mas como a influência dos pais e mães destes homens tiveram grande participação nas pessoas em que se tornaram, aliadas estas influências às suas experiências de conversão, para as quais também se é dado o devido destaque. Algumas das quais, são realmente emocionantes.

Apesar de parecer ser um livro sobre grandes missionários e pregadores, é, sobretudo, um livro sobre homens de muita oração. Este é, de longe, o aspecto mais marcante deste livro para mim. O que mais me impressionou no relato das histórias destes grandes homens é que o segredo comum entre todos eles era suas vidas de oração particular. Boyer acaba deixando indiretamente claro que tudo o mais, tanto a coragem para ir a qualquer lugar, até entre índios canibais, quanto a inspiração de vida, a persistência, ou dom de pregar, tudo derivava da sua comunhão particular por meio da Bíblia, a qual amavam como a própria alma, e especialmente de uma profunda vida de oração, regada a horas diárias. É um maravilhoso livro sobre oração, do início ao fim.

Dos aspectos mais técnicos, pode-se dizer que a leitura é fácil, com uma boa linguagem, apesar do uso, aqui e acolá de termos não muito usuais. A estruturação das biografias não parece ter sido feita com tanto cuidado. Há relatos bem vívidos e até didáticos, enquanto outros são apenas contados de forma mais superficial.

Algo da escrita que me incomodou bastante foi que para a língua portuguesa, procuraram fazer a tradução de nomes pessoais. Assim Charles Supurgeon, é chamado por Carlos Spurgeon, enquanto que John Bunyan, tornou-se João Bunyan. Achei essa tradução desnecessária, mesmo me esforçando para tentar entender a ideia do tradutor.

Apesar destas ressalvas de menor importância, considero-o um livro absolutamente recomendável, e que deixará marcado na consciência do leitor o que a vida de comunhão por meio da oração poderá fazer na vida do homens mais simples ou ao maior dos eruditos. Você terá uma noção mais clara do quanto é débil sua própria fé, e fraca, aos frangalhos, sua vida de oração. Será inspirado a aprofundar seu relacionamento com Deus e manter-se sensível à voz do Espírito de Deus. Para mim, todo cristão sincero deveria ler esta obra, e se deixar quebrar pelas vidas inspiradoras que ela relata.

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