Decidi subir no palanque, e estando lá, comecei a observar os atos imorais e pecaminosos de todos os que estavam ao meu redor. Lá havia crianças, jovens e adultos; homens de todas as idades e diferentes estaturas. Estavam todos de costas para mim, por isso não via seus rostos, mas seus pecados eram nítidos para mim.
Fui tomado por um senso de justiça própria, tive nojo de tantas imoralidades, e minha ira se acendeu. Então, com voz firme e destemida, furiosamente bradei a plenos pulmões: “Envergonhem-se e se arrependam dos seus pecados! Oh, vocês que são tão miseráveis!”.
Quando terminei de falar, fez-se silêncio total. Todos pararam o que estavam fazendo e voltaram suas faces para mim. Tombei no chão quando reconheci aqueles rostos porque o susto do que vi me fez perder o controle sobre as pernas. Eu tremia mais e mais à medida que identificava cada uma daquelas faces porque, em cada fase da vida, aqueles rostos eram o meu.
